RESUMO DAS APRESENTAÇÕES

O QUOTIDIANO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NA PERSPECTIVA TEÓRICA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Orador: M. Marta Mólina
Instituição: Colégio Montserrat (Barcelona)

COMO OUSAR MUDAR AS ESCOLAS E OS PROFESSORES?
Orador: Antonio Bolívar
Instituição: Universidade de Granada

APRESENTAÇÃO DE DINÂMICAS INOVADORAS

Sala do Futuro
Orador: Isabel Araújo e Carlos Cunha
Instituição: Escola Secundária Dom Manuel Martins

A Sala de Aula do Futuro (SAFuturo) é um espaço modular, equipado com os mais modernos equipamentos de apoio ao ensino, e utilizado quer para a formação dos professores, quer para a utilização em experiências pedagógicas, envolvendo alunos. Serve ainda como montra para os equipamentos disponibilizados pelos diversos fornecedores de equipamentos, podendo ser utilizados e testados em contexto pelos diversos intervenientes do processo de ensino e de aprendizagem.
Esta sala estará aberta a toda a comunidade educativa nacional, quer através dos projetos promovidos pela Direção-Geral da Educação (DGE), quer através das redes de Centros de Formação de professores.
Pretende-se mostrar a SAF, a sua constituição, a dinâmica de funcionamento e a forma como cada escola poderá adotar este equipamento como meio para alterar as práticas pedagógicas na sua Comunidade escolar. São ainda feitas referencias à metodologia de Inquiry-based learning (IBL) bem com à articulação curricular que é estimulada neste espaço de aprendizagem.
Serão apresentados resultados preliminares dos alunos submetidos à aprendizagem neste novo espaço.


Jardim de infância: Espaço de autonomia e liberdade

Orador: Luz Pinto
Instituição: Colégio Internacional de Vilamoura

O Jardim de Infância do CIV é um espaço marcado pela ausência de portas. A capacidade de “ver para lá da parede”, a linearidade e a continuidade, em contexto bilingue, concretizam um currículo interdisciplinar, a partir do desenvolvimento de pedagogias associadas à resolução de problemas, ao storytelling,  consubstanciadas pela formação humanista dos alunos. A conjugação dos espaços, pensados em torno do desenvolvimento de competências cognitivas e do desenvolvimento da linguagem, do currículos e das opções pedagógicas, propiciam experiências educativas e processos de aprendizagem inovadores. O conhecimento constrói-se diariamente no cruzamento com o outro, com a experimentação, com a dúvida e com a descoberta.A aposta em projetos ricos e inovadores – ensino de duas línguas estrangeiras (inglês e mandarim), o Projeto de Resolução de Problemas, a Metodologia de Storytelling e a Filosofia para crianças e Jovens – tem constituído a base do sucesso deste espaço educativo.O Jardim de Infância do CIV constitui um espaço educativo que desafia, compromete, que investiga e que instiga nas crianças o gosto por saber sempre mais numa atitude de questionamento e de leitura do mundo.


Os doze trabalhos de Apolo

Orador: José António Gonçalves
Instituição: Colégio Internacional de Vilamoura

Este projeto tem como objetivo desenvolver nos alunos as competências essenciais da disciplina de História e Geografia de Portugal (2º Ciclo e História (3º ciclo). Trata-se de uma metodologia do ensino/aprendizagem da História que pressupões trabalho autónomo dos alunos, individualmente ou em grupo. Em cada período letivo os alunos desenvolvem 12 atividades obrigatórias escritas (comentários, composições, documentos, esquemas, gráficos, imagens, mapas, pesquisas sequências e textos) e orais (apresentações e debates). Podem ainda enriquecer o seu percurso e aprofundar o conhecimento sobre um tema através da canção, dança, desenho/pintura, dramatização, filme, poema. Trata-se de uma metodologia inovadora que promove os talentos e as competências dos alunos e as coloca ao serviço da aprendizagem da História. As aulas constituem espaços de liberdade e responsabilidade  e partilha de conhecimento, nas quais o aluno é o principal responsável pelas suas aprendizagens.


A escola que não acredita na reprovação!

Orador: Adelino Calado
Instituição: Agrupamento de Escolas de Carcavelos

Construímos ao longo dos anos uma perceção, junto de toda a comunidade, de que desenvolvemos tarefas adequadas, respondendo aos anseios dos pais e encarregados de educação, e sobretudo obtemos resultados e sucesso na formação dos nossos jovens.
O desafio que se nos coloca, para além de perseguir os objetivos definidos no Projeto Educativo na formação de indivíduos responsáveis, críticos, atuantes, solidários e conscientes dos seus direitos e deveres, define a linha de rumo que há muito traçámos e que queremos cumprir.
A nossa preocupação como Escola, e como serviço público de qualidade, orienta as tarefas que desenvolvemos na procura das melhores estratégias e metodologias, no sentido de criar um ambiente de aprendizagem motivante, com um rendimento escolar adequado.
Desde o primeiro momento que privilegiámos as relações humanas como elemento fundamental do dia-a-dia da Escola e do Agrupamento no seu todo.
A “negociação” é a chave de todo o relacionamento, e a solução para todos os problemas “insolúveis”.
A “paciência” é a primeira e última grande característica que nos transforma em ouvintes atentos, conselheiros reconhecidos e requeridos.
A expressão “comunidade escolar” tem tido para todos um valor e uma orientação que motiva todos os relacionamentos e compreensão das ações que se têm de empreender sempre que falamos e tratamos de Educação.
Acreditamos que todos e cada um aprende ao seu ritmo, que as retenções não são mesmo a melhor forma de resolver as questões da aprendizagem, que as alternativas e o desenvolvimento de vários percursos escolares são, de facto, as soluções mais adequadas para orientar os jovens no seu crescer como adultos de sucesso.
A autonomia e a responsabilidade são valores que queremos desenvolver, por acreditar que se assumem como os pilares fundamentais do cidadão consciente da sua importância na sociedade.
A avaliação das aprendizagens e dos progressos dos alunos, sem nunca esquecer a normatividade da legislação, foi e é constantemente analisada, discutida e consensualizada.
Mais do que critérios, que apenas pretendem “dividir em fatias” para justificar classificações, tentamos criar formas e instrumentos que nos permitam formular um juízo globalizante do aluno face às aprendizagens que fazem do que tentamos ensinar-lhes.
Utilizando uma variedade de instrumentos de avaliação diversificados, com o objectivo primeiro de diagnosticar os progressos e dificuldades, procuramos apoiar e suportar em todos os momentos, em conjunto, apelando ao envolvimento de todos, docentes e não docentes, técnicos especialistas e famílias com o mesmo e fundamental objetivo que se reflete em todo o relacionamento e nos seus resultados.
Entendemos que prestamos um serviço que é a nossa imagem e que é de muita qualidade.


Escola Comunitária de São Miguel de Machede

Orador: Bravo Nico
Instituição: Escola Comunitária de São Miguel de Machede

Em 1998 foi fundada a Escola Comunitária de São Miguel de Machede.
O funcionamento da Escola Comunitária de São Miguel de Machede assenta no modelo de aprendizagem PADéCA (BERBAUM, 1988). Todas as atividades de aprendizagem giram em torno de quatro vértices fundamentais: a promoção de atitudes positivas face à aprendizagem, como instrumento de desenvolvimento humano e de relação interpessoal; a construção de projetos de aprendizagem inclusivos; a gestão comunitária das situações de aprendizagem; a auto-avaliação positiva.
Qualquer que seja o objeto de aprendizagem para onde possam convergir as atenções da nossa comunidade, ele deverá reunir sempre as quatro características, que consideramos básicas: deve ser algo que, à partida, dê prazer aprender (as atitudes e a felicidade); deve ser possível construir um percurso de aprendizagem, em que todas as gerações possam participar (o projeto e o espírito comunitários); deve proporcionar situações de aprendizagem que todos possam aproveitar, de acordo com as suas características e gostos pessoais (a personalização); no final, todos devem sentir que valeu a pena participar e concluir que a aprendizagem teve uma consequência positiva na sua vida (a auto-avaliação).
A Escola Comunitária de São Miguel de Machede possui, neste momento, as seguintes atividades ou projetos: a Biblioteca Comunitária, o Museu Comunitário, o Serão do Sermão, as Visitas de Estudo, o Gabinete do Desenrascanço Estudantil, o Gabinete da Papelada, a Janela do Coração, o Jornal Comunitário Menino da Bica, o Palavrão e o Circuito da Aldeia.


Retomada da Educação Escolar

Orador: Caroline Farias Leal Mendonça
Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Os projetos educacionais direcionados aos indígenas se originam com o propósito do “encobrimento do outro”. Foram eficientes estratégias de colonização estruturadas em duas bases: a salvacionista cristã, implicando na evangelização para “humanizar o gentio”, e a civilizatória, cujos subsequentes projetos coloniais buscavam, e aqui defendemos que ainda buscam, sobrepujar os modos de vida plurais. Portanto, os serviços educacionais, durante estes cinco séculos de colonização, foram estruturados para mudar o que cada povo é. Pode-se afirmar então que a história da educação escolar para os povos indígenas visava o fim destes povos nas dimensões do ser, do saber e do poder. No período de redemocratização do país, o movimento indígena, articulado num amplo leque de alianças, pauta o direito à educação escolar indígena na Constituição Federal de 1988. O resultado desembocou numa variada produção de aportes jurídicos, administrativos, políticos e teóricos. Mas, principalmente, uma grande virada epistêmica. Os povos indígenas reelaboraram a educação escolar como estratégia para a retomada de seus territórios tradicionais e o fortalecimento cultural e identitário. Através do relato da experiência da “Retomada da Educação Escolar” protagonizada pelo povo indígena Pankará, habitante do território tradicional denominado Serra do Arapuá, no sertão de Pernambuco, pretende-se mostrar como este povo desencadeou de forma criativa uma ação de “Aprender a desaprender” e, com este princípio, fez insurgir um povo que estava invisibilizado pela violência dos invasores de seu território e pela omissão do Estado brasileiro. Através da luta pela educação rearticulam os vínculos históricos com o quilombo Tiririca dos Crioulos e estes quilombolas passam a se autodenominar um “quilombo indígena”. O povo Pankará e o quilombo Tiririca dos Crioulos formam uma organização social que valorizam e priorizam a produção de conhecimento embasada nos saberes ancestrais negros e indígenas, sendo um tipo de conhecimento cada vez mais empoderado pela oralidade e pela produção literária das professoras. O que pretendemos com esta comunicação é expor o caso de sucesso de integração na rede política de minorias sociais a partir da escola.

Consulte aqui o resumo das apresentações em formato pdf.