Decorre, em 2016, a celebração dos 20 anos de criação da Fundação Manuel Leão, uma instituição de serviço público nos domínios da cultura e da educação. Neste mesmo ano, estamos celebrar os 30 anos da publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo, instrumento orientador que efetivamente estruturou a educação em Portugal e norteou as políticas que se seguiram, ao longo das três décadas.
Portugal mudou muito e é hoje um país democrático e bem mais desenvolvido, em boa medida graças ao investimento na educação e na formação de todos os portugueses. Mas, ao mesmo tempo, o mundo também mudou muito e muito depressa. A educação escolar está colocada diante do desafio não só de acolher todos e ser realmente significativa para cada um, o que é muito difícil dadas as desigualdades sociais e pessoais de partida, como também proporcionar a cada um um horizonte de realização pessoal, cultural e profissional, num contexto de incerteza e de instabilidade, no seio da “modernidade líquida”, de que fala Z. Bauman.
Ora, sabemos bem que o modelo escolar que herdámos está a revelar muitas fragilidades na sua capacidade de acolher todos e apoiar cada um, o que se traduz em muitas reprovações, num desinteresse e indisciplina crescentes, em oscilações permanentes de orientação política, em desmotivação e desorientação profissional dos professores.
A “escola do meu tempo é que era” é uma saída parva e sem futuro. Uma escola para formar para a competitividade e para o fomento das desigualdades é um paradigma que condena a humanidade. É preciso encontrar um caminho de esperança. A escola democrática que estamos a construir tem de ser justa para com cada um. Mas como? Mas com quem? Mas quando?
Este Seminário visa responder a estas questões. Acreditamos que a educação do futuro está aqui. Na decisão política de mudar o modelo escolar que se desenvolve na Finlândia, na reviravolta pedagógica que se processa numa rede de colégios da Catalunha, está também na Zarco de Matosinhos, na Escola da Ponte, na EP Vale do Tejo de Santarém, nas Equipas Educativas e nas Comunidades Escolares de Aprendizagem, em Évora. E em mais lugares que haveremos de conhecer…
O futuro da educação depende de nós, de ti e de mim. Ânimo pois e perseverança, porque o futuro que queremos depende em larga medida da educação que formos capazes de proporcionar às crianças e aos jovens de hoje, do que eles levarem no seu coração.